segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estudo mostra objetivos de usuários e empresas nas redes sociais


Pesquisa também aponta novidades no acesso, no tempo de utilização e no favoritismo das redes.
Uma pesquisa encomendada pelo Grupo Educacional Impacta Tecnologia à empresa MBI Mayer&Bunge Informática analisou a evolução do uso das redes sociais de forma pessoal e no ambiente corporativo. A mesma pesquisa já havia sido realizada em 2010, fornecendo a esta segunda edição informações que possibilitam gerar dados comparativos. Somente o Brasil participou da pesquisa, que foi realizada com 183 participantes pertencentes a 172 empresas usuárias de TI, ou do próprio setor de TI.
Uso pessoal e profissional
A pesquisa mostrou que o maior benefício das redes sociais na concepção dos usuários é a busca e a manutenção de contatos, tanto pessoais quanto profissionais (networking). Um fato interessante é que os entrevistados estão mais preocupados com a privacidade, pois a resposta “Divulgar atividades pessoais/hobbies” apresentou ligeira queda de aproximadamente 3% de 2010 para 2011.
Entre os mesmos benefícios propostos, os entrevistados indicaram que as redes sociais estão atendendo insatisfatoriamente setores ligados à atividade profissional, como nos tópicos “Desenvolver negócios para minha empresa”, onde a insatisfação do usuário aumentou cerca de 7 pontos percentuais em 2011, e “Divulgar atividades profissionais”, em que a insatisfação passou de 19% no ano passado, para 23% neste ano. Quanto às atividades pessoais, os entrevistados responderam que as redes sociais têm melhorado significativamente. Para 95% deles, as redes são uma ótima distração momentânea.
Os locais de acesso também estão sofrendo alterações. Houve uma pequena queda do acesso às redes a partir de casa. Por outro lado, houve aumento do acesso por meio de computadores no ambiente de trabalho e aumento muito considerável no acesso por dispositivos móveis (celulares ou notebooks), que praticamente dobrou de um ano para cá: de 15% para 27%.
Navegando nas redes sociais
Na pesquisa, cinco redes sociais apresentaram maior destaque: Facebook, LinkedIn, Twitter, YouTube e Orkut. As quatro primeiras registraram um considerável aumento, que variou entre 10% e 15%. O Facebook foi o líder em crescimento, ao passo que o Orkut foi a rede que mais perdeu usuários, uma queda de 7% em relação ao ano anterior.
Em termos de dedicação de tempo do usuário para cada rede social, o Facebook também foi o que mais registrou aumento, de aproximadamente 17%, enquanto o Orkut foi a rede que apresentou a maior queda no tempo de uso: quase 14%. O Twitter foi a rede que mais surpreendeu neste quesito. De 2010 para 2011 seus usuários passaram a dedicar bem menos tempo em sua utilização, fazendo com que ele passasse de 17% para 12%.
A pesquisa também concluiu que os entrevistados acreditam que oito horas semanais é o tempo máximo a se dedicar às redes sociais. Isso porque o grupo de profissionais que indicou despender entre quatro e oito horas semanais, passou de 5% para aproximadamente 12,6%, ao passo que aqueles que gastavam mais de oito horas por semana, passaram de 6,3% a 3,8%. Os que gastam menos de uma hora por semana caíram de 53% para 40%.
Redes sociais no ambiente corporativo
Um tema certamente polêmico é o uso das redes sociais no ambiente de trabalho. Nem todos os entrevistados concordam com a utilização. Para um quarto, o uso delas é um erro, pois leva os funcionários a perderem parte de seu “tempo produtivo”. Para 73% dos participantes, o uso é indispensável para empresas que estejam presentes ou que tenham algum tipo de ação nas redes sociais.
Quando questionados sobre o uso da comunicação via redes sociais em detrimento do uso de ferramentas tradicionais, como o email, somente 4,5% dos profissionais declararam acreditar nessa substituição imediata na comunicação. 82% acreditam que o email continuará existindo por muito tempo e apenas 8,9% se atentaram ao fato de que nas redes sociais a administração da comunicação fica nas mãos dos usuários das redes e, portanto, fora da empresa, o que não acontece com o uso do email.
Presença estratégica das empresas nas redes sociais
As empresas estão voltando seus olhos para as redes, já que este se tornou um canal direto com seu público-alvo. Em 2010, 34% das empresas responderam que não tinham nenhuma participação nas mídias sociais. Hoje, este número caiu para 15%, o que representa a influência que as redes têm adquirido dentro do mercado corporativo.
De acordo com os dados da pesquisa passada, 20% das empresas participavam do Facebook e 15% do YouTube. Hoje, estes números mais que dobraram, passando respectivamente para 47% e 32%.
É válido também ressaltar que a entrada nas redes deve ter, antes de tudo, um profundo estudo por parte das empresas. O que elas pretendem, qual perfil desejam atingir e de que forma, etc. A pesquisa mostrou, por exemplo, que houve um aumento da presença corporativa no Orkut, apesar da queda significativa de sua audiência no mesmo período analisado. Esse fato denota que talvez as empresas não estejam fazendo um planejamento estratégico correto para a utilização das redes.
Outro dado importante é a escolha do setor da empresa encarregado de monitorar e alimentar as redes sociais. A pesquisa demonstra claramente que a área designada a responder por esse trabalho é o Marketing/Comunicação, com aproximadamente 20% de aumento. Nota-se que o segundo setor mais cotado para a gestão das redes sociais, o departamento de TI, perdeu espaço, e que com isso possivelmente haverá uma “destecnificação” nas redes.
O estudo revelou também que os principais objetivos das empresas nas redes sociais são: melhorar a relação com os próprios clientes, otimizar as ações de marketing e de vendas e buscar novas oportunidades de negócios. Os três objetivos apresentaram um aumento de, no mínimo, 15% cada, do ano passado para cá.
Já quando a questão são os reais benefícios que as empresas obtêm nas redes, chega-se à conclusão de que cada vez mais os entrevistados acreditam que a divulgação da marca e seus produtos, a melhoria no fluxo de comunicação com o público externo e interno e novas oportunidades de negócios, além da redução de custos, são itens muito beneficiados pelas redes sociais.
Conclusão
O estudo concluiu que entre 2010 e 2011, os profissionais demonstraram mais maturidade no uso das redes, diminuindo sua exposição, fazendo uso mais racional do tempo despendido e buscando benefícios profissionais, por exemplo. Já as empresas, demonstram cada vez mais preocupação em estar presente nas redes sociais, direcionando melhor o seu discurso e posicionamento, agora mais alinhados às áreas de marketing e comunicação.
Como o uso corporativo das redes sociais é relativamente recente, espera-se que a experiência crescente de utilização leve as empresas a um novo patamar de maturidade, com uma melhor definição de estratégias, objetivos e resultados alcançados.


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