A presença de imóveis compactos, aqueles com no máximo 60 metros
quadrados e que podem ter até três dormitórios, tem crescido na cidade
de São Paulo. Isso porque o metro quadrado, ficou mais caro nos últimos
anos tanto no centro quanto na periferia, assim como o preço dos
terrenos. Para que os novos apartamentos caibam no bolso do consumidor, é
necessário “encolhê-los”, principalmente em regiões centrais e próximas
de centros comerciais, onde o valor do metro quadrado é maior.
Nos últimos dois anos, o número de apartamentos com meio dormitório
(quitinetes) e um quarto, com área útil entre 26 metros quadrados e 40
m², aumentou de 1.027 unidades lançadas entre outubro de 2009 e setembro
de 2010 para 2.263 unidades lançadas de outubro de 2010 a setembro de
2011, alta de 120%, segundo a Empresa Brasileira de Estudos do
Patrimônio (Embraesp). Já unidades com dois quartos e com área útil ente
41 metros quadrados a 50 m² passou de 3.887 unidades para 7.218
unidades lançadas, 85,6% mais. Apartamentos com três dormitórios que
medem entre 51 metros quadrados e 60 m² aumentaram de 220 para 390
unidades lançadas nos últimos dois anos, um crescimento de 77, 27%.
Apartamentos menores, com um quarto, aparecem por toda a cidade, em
regiões como Bela Vista, Cambuci, Brás, Vila Prudente, enquanto
compactos com dois ou três quartos, são lançados mais na periferia, em
bairros como Campo Limpo, Vila Carrão e Ermelino Matarazzo.
Apesar do crescimento, esse tipo de imóvel ainda está em falta na cidade e por ser mais barato, é muito procurado.
A securitária Ana Marinho, de 32 anos, comprou há 15 dias uma
quitinete com uma das menores metragens lançadas na cidade nos últimos
anos, de 29,8 metros quadrados, no centro da capital, e pagou R$ 90 mil.
A unidade tem uma varanda, banheiro e a pia da cozinha fica no mesmo
cômodo do quarto e da sala. O prédio foi construído há cinco anos na Rua
Guaianases, e o apartamento foi reformado há seis meses. No mesmo
prédio, Ana viu um apartamento com 26 metros quadrados. “Mas era pequeno
demais. Preferi este, um pouco maior”, ri. Ana teve que pesquisar
bastante. “O custo de morar no centro é alto”, explica.
Ao fazer a escolha, ela considerou o potencial de valorização da
unidade e acredita que já pode vendê-la por R$ 120 mil. “Gosto do centro
porque é onde trabalho e tem de tudo. Já morava por aqui e pagava
aluguel. Quero ficar dois anos e mudar para outro mais espaçoso. Não
quis dar um passo maior do que a perna.”
Fonte: G1
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