Hipoteca pode ser feita junto a grandes bancos e financeiras, mas embute risco para o consumidor
Você sabia que o sistema de hipotecas, velho conhecido dos norte-americanos, também existe no Brasil? Por aqui ele só ficou mais conhecido a partir de 2004, com a Lei nº 10.931. Basicamente, ela permite a alienação de imóveis e garante o direito do banco de retomar o bem. Ou seja, quem tem uma casa ou apartamento quitado, pode usá-los como garantias para empréstimos financeiros.
Com o crescimento do mercado imobiliário e a valorização de imóveis no país, o setor cresceu e "apareceu". Hoje, grandes bancos como Caixa, Bradesco e Santander, além de financeiras e companhias hipotecárias, já oferecem esses serviços. A projeção das empresas é que o refinanciamento imobiliário, batizado de home equity, dobre de tamanho até 2012, atingindo uma carteira de R$ 1,5 bilhão.
"O crédito com garantia de imóvel deve ter uma trajetória semelhante ao do consignado há alguns anos e apresentar um crescimento bem acima das demais modalidades de empréstimo", prevê Miguel Ribeiro, coordenador de análise e pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Segundo ele, a modalidade traz três grandes vantagens para os brasileiros: os juros são baixos, permite financiar valores de até R$ 500 mil, e os prazos são mais longos. "Você dificilmente, em um empréstimo normal, vai conseguir taxas de 1% ao mês. Além destas vantagens, você pode usar o dinheiro para qualquer finalidade, não é como um financiamento", disse Ribeiro.
Para Luiz Antonio França, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), tanta vantagem tem um preço. "É uma operação com risco para os consumidores. O tomador do empréstimo dá como garantia o seu imóvel quitado, o que torna a operação extremamente segura para os bancos. Em caso de inadimplência, a partir do terceiro mês, os bancos dão início ao resgate por meio de alienação fiduciária". Ou seja, quem não arca com as prestações pode ficar sem um teto para morar porque o imóvel vai a leilão para quitar a dívida.
"A hipoteca, ou o home equity, deve ser usado com cautela. Os candidatos ideais seriam aqueles que têm um emprego seguro, estão com o orçamento familiar controlado e possuem mais de um imóvel", detalhou França. Ele indica ainda que, antes de fechar qualquer acordo, os consumidores chequem o Custo Efetivo Total (CET) da operação e todas as despesas burocráticas como taxas de cartório e impostos.
Operação menos arriscada
Apesar das similaridades com o modelo que gerou a crise norte-americana do subprime, as regras brasileiras para a hipoteca são bem mais seguras e devem atrair principalmente a população de classe média, que já quitou a casa própria e tem boa saúde financeira. Enquanto nos Estados Unidos as instituições são menos criteriosas e concedem créditos até mesmo maiores que o valor no imóvel, no Brasil, o empréstimo máximo corresponde a até 70% do preço real do bem e, às vezes, o banco pede duas avaliações antes de definir este valor.
O professor de economia da Faculdade Boa Viagem (FBV) Marcelo Barros ressalta que uma das maiores diferenças entre os dois mercados é que os bancos norte- americanos permitem hipotecas em cima de hipotecas. Ou seja, o contratante poderia dar seu imóvel como garantia mais de uma vez, ainda que não tivesse terminado de pagar o primeiro empréstimo. "Aqui, só pode hipotecar quem já tiver com a casa quitada e esse imóvel só é alienado uma vez para esse tipo de operação".
Outro fator negativo no setor financeiro dos EUA é que quando os imóveis valorizam, o banco aumenta o crédito dos clientes, fato que não ocorre no Brasil. "Lá, se alguém tem uma casa que vale US$ 400 mil e faz uma hipoteca com esse valor e, algum tempo depois, o preço sobe para US$ 600 mil, o banco vai atrás do cliente e avisa que pode liberar mais US$ 200 mil para ele", diz Barros.
Com o crescimento do mercado imobiliário e a valorização de imóveis no país, o setor cresceu e "apareceu". Hoje, grandes bancos como Caixa, Bradesco e Santander, além de financeiras e companhias hipotecárias, já oferecem esses serviços. A projeção das empresas é que o refinanciamento imobiliário, batizado de home equity, dobre de tamanho até 2012, atingindo uma carteira de R$ 1,5 bilhão.
"O crédito com garantia de imóvel deve ter uma trajetória semelhante ao do consignado há alguns anos e apresentar um crescimento bem acima das demais modalidades de empréstimo", prevê Miguel Ribeiro, coordenador de análise e pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Segundo ele, a modalidade traz três grandes vantagens para os brasileiros: os juros são baixos, permite financiar valores de até R$ 500 mil, e os prazos são mais longos. "Você dificilmente, em um empréstimo normal, vai conseguir taxas de 1% ao mês. Além destas vantagens, você pode usar o dinheiro para qualquer finalidade, não é como um financiamento", disse Ribeiro.
Para Luiz Antonio França, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), tanta vantagem tem um preço. "É uma operação com risco para os consumidores. O tomador do empréstimo dá como garantia o seu imóvel quitado, o que torna a operação extremamente segura para os bancos. Em caso de inadimplência, a partir do terceiro mês, os bancos dão início ao resgate por meio de alienação fiduciária". Ou seja, quem não arca com as prestações pode ficar sem um teto para morar porque o imóvel vai a leilão para quitar a dívida.
"A hipoteca, ou o home equity, deve ser usado com cautela. Os candidatos ideais seriam aqueles que têm um emprego seguro, estão com o orçamento familiar controlado e possuem mais de um imóvel", detalhou França. Ele indica ainda que, antes de fechar qualquer acordo, os consumidores chequem o Custo Efetivo Total (CET) da operação e todas as despesas burocráticas como taxas de cartório e impostos.
Operação menos arriscada
Apesar das similaridades com o modelo que gerou a crise norte-americana do subprime, as regras brasileiras para a hipoteca são bem mais seguras e devem atrair principalmente a população de classe média, que já quitou a casa própria e tem boa saúde financeira. Enquanto nos Estados Unidos as instituições são menos criteriosas e concedem créditos até mesmo maiores que o valor no imóvel, no Brasil, o empréstimo máximo corresponde a até 70% do preço real do bem e, às vezes, o banco pede duas avaliações antes de definir este valor.
O professor de economia da Faculdade Boa Viagem (FBV) Marcelo Barros ressalta que uma das maiores diferenças entre os dois mercados é que os bancos norte- americanos permitem hipotecas em cima de hipotecas. Ou seja, o contratante poderia dar seu imóvel como garantia mais de uma vez, ainda que não tivesse terminado de pagar o primeiro empréstimo. "Aqui, só pode hipotecar quem já tiver com a casa quitada e esse imóvel só é alienado uma vez para esse tipo de operação".
Outro fator negativo no setor financeiro dos EUA é que quando os imóveis valorizam, o banco aumenta o crédito dos clientes, fato que não ocorre no Brasil. "Lá, se alguém tem uma casa que vale US$ 400 mil e faz uma hipoteca com esse valor e, algum tempo depois, o preço sobe para US$ 600 mil, o banco vai atrás do cliente e avisa que pode liberar mais US$ 200 mil para ele", diz Barros.
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