Banco securitizou grana recorde a fim de ter mais fundos para emprestar para a casa própria
A Caixa Econômica Federal vai securitizar R$ 1,5 bilhão em contratos
imobiliários para levantar fundos para emprestar a novos mutuários. O
dinheiro é o maior valor já visto em operações do tipo no país, segundo
anúncio feito pelo próprio banco nesta quinta-feira (20).
O banco diz que a operação serve para fortalecer o mercado de crédito
imobiliário no Brasil. Os recursos captados serão utilizados para
“gerar funding” a novos créditos, além dos já utilizados FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço) e poupança. É uma terceira fonte de
dinheiro para o crédito imobiliário.
Segundo o banco, que repassou a carteira securitizada à Gaia
Securitizadora, esse crédito está lastreado em mais de 30 mil contratos
de financiamentos imobiliários.
- O Conselho Curador autorizou a CAIXA, na condição de Agente
Operador do FGTS, a realizar operações de aquisição de CRI, em 2001. O
objetivo principal foi incentivar o desenvolvimento do mercado
secundário de créditos imobiliários no Brasil.
Em poucas palavras, a securitização consiste em “trocar” uma dívida
de longo prazo por dinheiro vivo no ato. Os bancos movimentam grandes
quantias nestas operações, na casa dos bilhões.
Imagine que você emprestou R$ 5.000 para um parente e ele vai pagar
tudo em suaves prestações, durante um ano. Mas o que acontece se após o
pagamento da primeira parcela você precisar do dinheiro? Ele não vai ter
como devolver a grana que falta e você não terá esse dinheiro sem que
um banco cobre juros caso você peça um empréstimo.
É aqui que entra a securitização. Funciona como se uma terceira
pessoa entrasse no negócio a fim de dar a você os R$ 5.000 agora e
assumir o risco de receber aquilo que o tal parente ainda deve. Você não
vai mais ter as devoluções aos poucos, mas conseguiu pegar o valor
total emprestado para reinvestir em outra coisa. Isso é feito pelos
bancos, para que eles tenham mais dinheiro para financiar a população na
compra da casa própria.
Quando um banco faz isso com sua poupança, repassa um valor que tem a
receber entre 20 e 30 anos para uma securitizadora. Ela avalia o risco e
a capacidade de retorno desse dinheiro e lança um papel chamado CRI
(Crédito de Recebíveis Imobiliários), que pode ser vendido para
investidores como um título de renda fixa, por exemplo.
A Caixa Econômica Federal, que responde por três em cada quatro
financiamentos imobiliários do país, diz que recebeu 12 propostas de
venda desses CRIs ao FGTS, no montante de R$ 6,2 bilhões.
Dessas propostas, foram selecionadas seis; todas lastreadas em
créditos individuais para imóveis de até R$ 200 mil. As outras cinco
operações, envolvendo três securitizadoras e cinco agentes financeiros,
no valor total de R$ 1,3 bilhão, aguardam encaminhamento das propostas
finais para concretização da compra dos CRI pelo FGTS, ainda neste ano.
Fonte: R7
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